Nesta fase a criança ainda está aumentando sua coordenação motora mais ampla, adquirindo equilíbrio para o domínio da marcha e das suas reações de proteção e segurança frente a desafios e obstáculos do ambiente, mas também começa a fazer treinos, pequenos ainda, de coordenação motora fina, com movimentos de roscas com as mãos, entre outros.
Cada etapa é fundamental para o avanço da seguinte; se a criança tem uma qualidade de movimentação permitida e estimulada adequadamente, ela se sente cada vez mais apta a avançar em suas habilidades e conquistas. É importante ressaltar a importância de não permitir (ou incentivar) que a criança pequena pule etapas em seu desenvolvimento! Em cada etapa ela aprimora aspectos motores, que terão repercussão em outros ganhos cognitivos, sociais e emocionais, que se não forem permitidos, ficarão perdidos.
Alguns tipos de brinquedos mais adequados nessa fase, que ajudam a criança a conquistar uma coordenação motora mais fina e são capazes de facilitar os ganhos que a criança deve fazer nessa fase, são bancadas de atividades, telefones de discagem com os dedos, potes com tampas variadas, caixas e potes que sejam empilháveis e nos quais se possa introduzir objetos, rampas, escadas baixas, materiais sensoriais diversos, ímãs e objetos de EVA para colagens em espelhos e murais imantados, brinquedos de empurrar e puxar, além de muitos livrinhos, é claro! Estes materiais permitirão vivências de tirar e colocar, aprendizagem sobre cores, tamanhos e formas, além das vivências motoras de exploração ativa. Deve-se evitar excesso de televisão nesta fase, pois se trata de uma experiência muito passiva em uma fase de aptidão para grandes descobertas.
Podemos ainda sugerir alguns tipos de brincadeiras que os adultos podem propor para estimular a criança a desenvolver-se nessa fase, como os circuitos, para que a criança ultrapasse obstáculos, criados com o que tivermos à disposição: cadeiras, rampas, móveis, túneis. Brincadeiras com água geralmente acalmam muito a criança ativa desta fase. Pode-se também utilizar brinquedos prontos, explorando-os de variadas formas. Eles se interessam muito por brinquedos que se movimentem também. Bolas, sempre. Brincadeiras com o corpo, nomeando as partes, com a voz, com músicas estimulando o ritmo. O mais importante nesta fase é a criança ter com quem brincar. Por ainda não ser apto a brincar com, mas ao lado de alguém, pode e deve ter um adulto disponível, que não se sinta envergonhado por ter o privilégio de voltar a ser criança.
Fernanda Roche
Psicóloga, Mestre em Saúde Mental Infantil pela Clínica Tavistock (Londres).
Diretora do Espaço de Desenvolvimento e Educação Infantil Criança em Foco,
Fonte:www.criancaemfoco.com.br